O estado do Pará tem um dos maiores litorais do Brasil, mas, apesar disso, suas praias oceânicas ainda são um tanto desconhecidas, inclusive pelos próprios paraenses que desde sempre estão acostumados a conviver principalmente com os rios, que, parafraseando um amigo, são considerados uma preciosidade logística, já que as áreas mais povoadas estão no interior do estado, incluindo a própria capital.
Aproveite e acompanhe outras postagens sobre a Amazônia, conferindo relatos e muitas fotos de lindos lugares localizados nos estados do Pará e do Amapá (clique nos nomes para acessar).
 |
Barco de pesca na baía de Marapanim, entre Marudá e Algodoal, no Pará - Por Tito Garcez em fevereiro de 2014
(CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIÁ-LAS / CLICK ON IMAGES TO ENLARGE THEM)
|
Pela enorme quantidade de rios, furos e baías, a água doce é o principal meio de integração, não só do estado como de toda a região amazônica (Aproveite e veja as publicações sobre a navegação por entre ilhas da Baía do Guajará e sobre a ilha de Cotijuba e a praia do Vai-Quem-Quer). É por isso que alguns recantos no litoral permanecem um tanto preservados, e este é o caso de Algodoal, uma vila localizada na ilha de Maiandeua, paraíso que acabou ficando mais conhecido pelo nome de sua principal vila. Pouco a pouco, o local está despertando a atenção principalmente do turismo nacional e internacional. Felizmente não existem pontes, o que faz com que a tranquilidade do lugar seja preservada.
 |
Aves descansam em "currais" na baía de Marapanim |
 |
Trapiche antigo do porto de Marudá, em Marapanim |
Mesmo no litoral, alguns locais só podem ser acessados fazendo uso do que o paraense mais está acostumado: a navegação. Para chegar à ilha de Maiandeua - que pertence ao município de Maracanã - e, consequentemente, à vila de Algodoal, é necessário embarcar em pequenos barcos, que no Pará geralmente são chamados de "Pô-pô-pôs", no porto de Marudá, que é um distrito - com cara de cidade - que está localizado no município de Marapinim. Para chegar até lá, a partir de Belém, não é muito complicado. Da rodoviária da capital é possível embarcar em um ônibus da empresa Rápido Excelsior e viajar em média 4h pagando pouco mais de R$20,00. De carro, os 160 Km que separam Belém de Marudá podem ser percorridos, primeiramente, através da rodovia BR-316 até a cidade de Castanhal. De lá, é necessário acessar a PA-116 e, por fim, entrar na PA-318 no entrocamento que sinaliza o acesso a Marapanim.
 |
Pô-pô-pô navega através da baía de Marapanim, entre Marudá e Algodoal |
Caso o visitante deseje ter comodidade tanto no transporte como na hospedagem, é aconselhável entrar em contato com a Algodoal Turismo, empresa que realiza traslados a partir de Belém e faz reservas em meios de hospedagem da ilha. Além do site, é possível entrar em contato através do e-mail atendimento@algodoalturismo.com.br e dos números (091) 3352-0841 / 8201-3653.
 |
Tabela de horários da travessia Marudá-Algodoal e do retorno
|
 |
Garça e barco no distrito de Marudá, em Marapanim |
Já em Marudá, pouco antes de chegar à praia, podem ser vistos alguns restaurantes que podem servir como ponto de apoio caso ainda não seja o horário de atravessar. Almoçar em um deles pode ser recomendável. Caso o objetivo seja chegar logo ao porto, na chegada ao distrito, após passar pela rodoviária e pelos restaurantes, chegando à avenida que beira o mar, é necessário dobrar à direita e seguir poucos quilômetros até o seu final, já em frente ao porto. No entorno da pequena pracinha podem ser encontradas diversas placas que sinalizam estacionamentos.
A quantidade de estacionamentos é explicada pelo fato de que, na ilha, não se utilizam meios de transportes motorizados que não sejam os utilizados para a navegação. Portanto, carros têm que ser deixados em Marudá, em estacionamentos simples que cobram em média R$10,00 pela diária. É importante pesquisar e pechinchar, pois, no caso de um final de semana, mesmo que geralmente o veículo só ocupe o local por metade da sexta, por todo o sábado e por metade do domingo, muitos interpretam como sendo três diárias, quando na prática são apenas duas. Enfim, tem que negociar!
 |
Catadora de mariscos trabalhando próximo ao porto de Marudá |
Já no pequeno porto, a passagem de ida pode ser comprada por R$7,00 e, apesar de os horários estarem disponibilizados no cartaz, é bom confirmar com as pessoas se a embarcação sairá mesmo no horário previsto, pois a depender da tábua das marés ou das condições climáticas, o horário pode ser adiantado, postergado ou até cancelado, restando assim embarcar em algum outro.
Em frente ao porto, na maré baixa, é possível notar o aparecimento de diversos bancos de areia que dão a impressão de que se demoraria horas até que fossem cobertos quando a maré começasse a subir. Contudo, curiosamente a entrada de água vinda do mar é assustadoramente rápida, fazendo com que em poucos minutos todos os bancos já estejam submersos. E é por conta dessa rapidez que os catadores de mariscos também tentam fazer o seu trabalho o mais rápido possível. É interessante caminhar através da rampa e observar a busca pelo alimento ou pela renda, seja vendo pessoas catando mariscos ou pescando em pequenos barcos, como também ao ver aves, como por exemplo as garças, em busca de pequenos peixes e crustáceos.
 |
Casas de madeira localizadas no distrito de Marudá, em Marapanim |
 |
Rabeta navega através da baía de Marapanim, entre Marudá e Algodoal |
Após a embarcação chegar e todos os passageiros e suas bagagens serem embarcados, a travessia entre Marudá e a ilha é iniciada. Ela dura em torno de 45 minutos e tem a fama de ser “agitada”, por ir de encontro a muitas ondas e consequentemente por balançar bastante, mas, curiosamente, nesse caso, tanto na ida como na volta, o trajeto foi feito com uma certa tranquilidade. Foi até motivo para conversa entre aqueles que frequentemente navegam pela região. Sorte nossa!
 |
Cão concentrado no Porto de Marudá, em Marapanim |
 |
Catadores de mariscos e pequenos pescadores em frente ao porto de Marudá |
No trajeto, é possível observar os muitos currais que são montados para a captura de peixes e de camarões que entram na maré alta e permanecem ilhados quando ela baixa, ficando assim vulneráveis à captura. Nessas estruturas de madeira, principalmente ao final da tarde, é comum observar muitas garças, mergulhões, entre outras aves, descansarem antes de seguir para a passagem da noite no manguezal.
 |
Embarcação navega através da baía de Marapanim |
Navegando através da baía de Marapanim, pode-se observar, também, o vai e vem de embarcações que transitam por ali, sendo muitas delas pequenas e que são utilizadas principalmente para a pesca. Simplesmente para embelezar seus barcos, ou até mesmo para chamar a atenção, alguns os pintam com cores fortes, bem coloridas.
 |
Barco em Algodoal |
Por fim, após uma travessia tranquila, chegamos à famosa ilha de Maiandeua, mais conhecida como Algodoal, pois é por esse nome que inclusive grande parte dos paraenses se refere ao lugar. Nomenclatura à parte, ele é lindo e será conhecido a partir da próximo publicação. Não perca! ;)
 |
Bandeiras do Pará e do Brasil em Pô-pô-pô |
 |
Homem olha para o porto de Algodoal na chegada da travessia através da baía de Marapanim |
 |
Catadora de mariscos trabalhando em Marudá |
 |
Barco Aryella no distrito de Marudá |
Aproveite e acompanhe outras postagens sobre a Amazônia, conferindo relatos e muitas fotos de lindos lugares localizados nos estados do Pará e do Amapá (clique nos nomes para acessar).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço o contato! =)